Fábio Porchat e Antonio Tabet falam sobre o processo criativo do Porta dos Fundos

Durante o painel, foram exibidos vídeos do canal que não foram publicados

Fábio Porchat e Antonio Tabet participaram de um painel para compartilhar com o público do quinto dia do Rio2C, os processos criativos de conteúdo do Porta dos Fundos, canal no Youtube com quase 16 milhões de inscritos. O bate papo falou sobre o processo de trabalho com pessoas de pensamentos diferentes, as inspirações, que muitas vezes vêm de situações reais, e como eles escrevem os roteiros.

Segundo Tabet, mais conhecido como Kibe, o processo criativo, em seu primeiro momento, é individual e não coletivo. Ele lembra da primeira reunião, no início do projeto, quando ele, Porchat e Gregório Duvivier apresentaram seus primeiros roteiros, que eram completamente diferentes. Porchat completou a fala de Kibe dizendo: “Eles eram diferentes, mas se comunicavam de alguma forma. Tinham alguma maluquice que era igual, falavam do que estavam a nossa volta. Faziam sentido entre eles”.

Kibe durante apresentação no Rio2C – Foto: Gabriel Torres

Ideias malucas podem vir de qualquer lugar. Porchat diz que as pessoas perguntam muito de onde vem a inspiração. “A inspiração e criatividade são coisas muito chatas e sem graça de serem desvendadas. Elas não têm uma lógica”. Kibe concorda com Porchat, diz que já chegou até mesmo a sonhar com seus roteiros. “Eu acordei rindo, achando a ideia sensacional. Escrevi. Aí voltei a dormir e no dia seguinte acordei, li e achei uma merda, horroroso, péssimo”, brinca.

Ainda sobre a origem das ideias, Porchat diz que, de um modo geral, as pessoas que lidam com o criativo têm que estar atentas 24 horas por dia com tudo o que está acontecendo ao redor. Para ele, tudo pode ser uma ideia. “Eu estava no meio de uma discussão com a minha mulher, ela começou a brigar comigo e na hora me deu uma ideia. Eu não podia perder, era muito boa”. Rindo, ele contou que pediu para a mulher esperar um minuto e fez uma anotação no

celular, o que intensificou a discussão. No vídeo abaixo, você pode conferir mais um pouco do que os roteiristas falaram sobre o processo criativo:

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Apesar das brincadeiras, Porchat e Kibe também falaram um pouco sobre os limites. Durante o painel, os criadores exibiram três vídeos produzidos que decidiram não publicar por acharem o conteúdo ofensivo demais. A respeito de um desses vídeos, Kibe disse que durante as gravações eles ficaram se perguntando se não estava muito machista. “Quando o vídeo ficou pronto, me incomodou, voltou para a ilha de edição, trocaram os planos, mas continuou me incomodando. Aí eu pensei: não tem como”, falou.

Para Porchat, o público já parte do princípio de que o Porta dos Fundos não vem para agredir, mas sim para fazer a crítica em cima das situações. Ele diz que fica muito orgulhoso pela marca poder ter essa liberdade. “Quando o Porta vai falar de um assunto como aids, machismo, racismo, as pessoas não partem do pressuposto de que a gente vai falar alguma merda, mas de que crítica vamos fazer em cima disso”. O humorista completa a fala dizendo que isso é muito legal, pois a recepção dos espectadores é muito boa.

Gabriel Torres – 5º Período | Jornalismo

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