Veste Rio 2018 discute a importância da produção artesanal

A prática sustentável no universo da moda e do design já é uma realidade, como mostrou a palestra “Design Artesanal e Novos Caminhos na Sustentabilidade”, promovida pelo SENAC, durante a 6º edição do Veste Rio, no Píer Mauá, na última quinta-feira (18/10). O bate papo foi mediado pela representante de moda do Senac, Leona Braga, e contou com a presença da designer de moda sustentável, Renata Mendes, além do designer de móveis artesanais, Gustavo Bittencourt.
No Brasil, o panorama da moda sustentável e do design artesanal não é dos melhores e corre o risco de ser extinto. Por isso, Leona Braga conta que em todos as edições do Veste Rio houve um espaço reservado para discutir o tema. “A sustentabilidade é extremamente importante quando a gente fala de moda, pensando nessa cadeia toda, desde quem fez a roupa, qual o apoio que a gente dá para esses artesãos, até o fornecedor que me dá o tecido e a forma como ele trabalha”, diz.
A junção desses fatores contribui para uma geração de renda maior dos artesãos, que muitas vezes buscam no artesanato uma segunda fonte de renda. A designer Renata Mendes acredita que falar de sustentabilidade em um evento desse porte permite que o artesanato não morra. “O campo da pesquisa na área tecnológica já tem muita coisa, mas eu não sei o quanto isso é acessível pra todo mundo. Já possuímos tecidos inteligentes, matérias-primas que se decompõe e acesso ao lixo de tecido nobre”, diz.
A produção industrial causa um impacto ambiental e o desenvolvimento de métodos sustentáveis diminuem esses danos. Pensando nisso, a estudante de moda Gabrielle Ribeiro demonstra interesse em seguir essa linha editorial. “Cada vez mais o meio ambiente é destruído por resíduos industriais que são despejados no oceano e tecidos que são jogados no lixo, sendo que eles podem ser aproveitados”. A universitária fala ainda que a palestra aproxima o público que não está acostumado com esse tipo de moda.
Um fator importante que contribui para impulsionar as produções artesanais é a utilização das redes sociais, que funciona como vitrine do que é produzido e faz um link com a nova geração. Adepto da plataforma digital para divulgar suas produções, Gustavo Bittencourt comenta que essa nova maneira de divulgação permite que suas obras cheguem até as pessoas mais facilmente. “Quando a gente coloca a mão em um objeto passa um sentimento para aquela peça, dando alma durante a criação, diferente da produção industrial”, afirma. O evento estará aberto ao público até domingo (21/10), nos armazéns 1, 2 e 3 do Píer Mauá.
Graziela Andrade – 5º período