
Uma vida diferente a cada dia, sem gênero, cor de pele ou rosto definido. Esses são os desafios de se existir apenas como uma alma. “Todo Dia” é baseado no best-seller homônimo, sucesso no The New York Times, originalmente escrito por David Levithan. A adaptação fica por conta do roteirista Jesse Andrews (Eu, você e a garota que vai morrer) e Michael Sucsy (Para Sempre) assume a direção. O filme explora os impasses da adolescência, traz reflexões sobre o amor e retrata como o sentimento de não se encaixar a algo é comum entre os jovens.
Na trama, “A” acorda todas as manhãs em um corpo diferente. Em alguns momentos, pode despertar como menina, em outros, como menino. Por isso, precisa se adaptar ao estilo e à rotina desse indivíduo pelas próximas 24 horas em que viverá na pele dele. Os personagens são adolescentes da mesma idade e nunca ocupam os mesmos corpos duas vezes. Por já estar acostumada a viver nessa condição, há 16 anos, “A” tenta não se conectar a ninguém.
A ideia de não se permitir criar vínculos e se apegar a outras pessoas passa a ser um problema quando acorda no corpo de Justin. “A” conhece Rhiannon (Angourie Rice), a namorada do garoto, uma menina tímida e cegamente apaixonada por ele. Pela primeira vez, encontra alguém que desperta os melhores sentimentos, por quem se apaixona e que gostaria de ter ao lado sempre.
Ao longo da história, os limites de ambos são testados e as dificuldades vão surgindo no drama infanto-juvenil. De um lado, Rhiannon precisa decidir se será capaz de ficar com alguém que muda diariamente. Do outro, “A” percebe que não pode e que não é nem um pouco certo interferir na vida das pessoas que habita. O fim faz refletir sobre o romance jovem e inocente, em que as questões de gênero e os diferentes padrões físicos são abordados de forma sensível e simples.
“Todo Dia” questiona se um sentimento consegue mesmo vencer qualquer barreira, os diálogos apresentados se aproximam da realidade e emocionam. Com uma mensagem simples e de fácil entendimento, o roteiro mostra ao público, principalmente aos mais novos, que é possível se apaixonar pela personalidade de alguém independente das características físicas e das questões sociais atribuídas às mesmas.
Bárbara Faria – 5º período