O Rap é uma mistura de ritmos combinados com rimas poéticas, e atualmente é o gênero musical que mais cresce no Brasil. O movimento artístico urbano, busca expressar, mandar mensagens e por diversas vezes retratar a realidade da periferia. A base do Rap vem das batalhas de rima (BDR), que são eventos de improvisação de Rap, onde MCs se enfrentam em duelos verbais, utilizando rimas e improvisação.
O Especialista em Rap, Lucas Martins destacou que a influência que o gênero teve na construção de seu senso crítico, e no papel fundamental do Rap enquanto força educadora, principalmente para jovens periféricos. Uma vez que o movimento gera identificação e aborda pautas políticas e sociais, trazendo informação para aqueles que o consomem. “O Rap ele foi muito fundamental na construção do meu senso crítico enquanto cidadão mesmo e me enxergar enquanto um homem negro na periferia do Rio de Janeiro”, disse Lucas Martins.
Já as batalhas atuam como espaços importantes de expressão e crescimento para jovens, especialmente das periferias. Elas estimulam o uso criativo do tempo, desenvolvendo habilidades como improvisação, criatividade e comunicação. Muitos MCs renomados no Rap nacional iniciaram suas trajetórias nessas batalhas, que também reforçam a valorização da cultura hip-hop e da identidade afro-diaspórica. A Batalha da Aldeia (BDA) que acontece em São Paulo é a maior organização de batalhas da América Latina. Atualmente, a Aldeia conta com o patrocínio de grandes marcas, como a VANS, Ifood e o canal do YouTube, podpah. Além disso, também protagoniza o evento de maior visibilidade da cena de batalhas de rima atualmente, o aniversário da aldeia.
Para o produtor musical, Dibreno, que atua especificamente na área, ressaltou que a profissionalização do segmento foi um dos principais fatores que contribuíram para a popularização do gênero musical que hoje é um dos mais ouvidos do país, atingindo as mais diversas idades, classes e gêneros. “Rap boom bap, muda um pouco, acredito que suba já para os 16 aos 40 (anos) tendo predominância entre 25 e 35 anos”, comentou Dibreno.
Nos últimos anos as BDR se tornaram cada vez mais populares entre jovens pelo país. De acordo com o Mc de batalha Zuluzão, os eventos vem servindo como alicerce e fonte de conhecimento e construção de pensamento crítico, andando lado a lado com o Rap enquanto gênero musical. Segundo o Mc de batalha e artista Danylo Aguiar, conhecido como Blackoutt, as batalhas de rima revelam que a periferia segue firme, expressando sua força e identidade. Segundo o Mc, “Mostrar que a periferia, que a favela ainda tem voz, ainda tem sonhos e não é bagunçado do jeito que eles (sociedade) pensam”.
Além disso, assim como o Rap, as batalhas também passam por um movimento de profissionalização, com a criação de ligas como a Freestyle Master Series (FMS) e grandes patrocinadores na organização dos eventos. A Mc da BDA, Levinsk falou sobre como é a percepção de poder ganhar dinheiro com a arte e viver somente disso. “Poder ter a perspectiva de poder pagar suas contas se você se tornar um profissional nisso é muito diferente de você no passado olhar e falar que era só um hobby”.
Com a popularização do Rap e das batalhas, outros artistas e outros aspectos culturais passaram a ter mais espaço e visibilidade. O artista, Verrijota ressaltou como os artistas nortistas e nordestinos principalmente vem ganhando admiração e comovendo o público com suas histórias e vivências. “Os Mc’s não tinham as mesmas oportunidades, mas mesmo assim, conquistaram seu espaço no cenário”, disse o organizador.
Fernanda Medina – 2º Período












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