Os respeitados e renomados artistas, Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso participaram do painel “Inovadores por natureza” no Palco 32 do galpão Kobra no Rio Innovation Week 2025. Com um auditório recheado de fãs, os dois conversaram sobre revolução através da arte, adaptação, música e sobre o uso da singularidade na criação de algo inovador e original.

 Os artistas mediados pela jornalista Kenya Sade, comentaram sobre a pluralidade da cultura musical brasileira e o poder de resistência à momentos sombrios e difíceis.  A conversa leve, porém provocante, comoveu o público e abordou criatividade e originalidade, além de um retrato de paradigmas e dos “anos de chumbo” que o Brasil viveu. Por fim, o painel culminou em uma apresentação musical de “Inclassificáveis” e “Balada do Louco” levando a plateia à emoção.

Ney Matogrosso e Arnaldo Antunes no Rio Innovation Week. (FOTO: AG. ENQUADRAR)

Arnaldo Antunes, cantor e compositor afirmou que, o real resiste e ser inovador é evitar se repetir em sua trajetória.“Ninguém gosta de repetição o tempo todo, nem o público. Eles são muito mais sedentos por novidade do que faz crer os meios de comunicação “, afirmou Arnaldo.

Ao longo da conversa, o ex-titã também relembrou sua formação artística, como surgiu a banda “Titãs”, e salientou a forma como sempre buscou unir diferentes linguagens em sua música. 

 Além disso, o artista comentou sobre como é revigorante saber que a nova geração aprecia a sua arte. “Eu adoro ver pessoas mais novas curtindo e assistindo. Isso é incrível”, citou Arnaldo Antunes. E aproveitou o momento para divulgar seu mais novo lançamento, o álbum “Novo Mundo”, que registra as angústias, urgências e sentimentos à flor da pele da atualidade.

 Para Ney Matogrosso, cantor e intérprete brasileiro, inovar é parte de sua essência como artista e isso se mostrou desde o início de sua trajetória em “Secos & Molhados”, perdurando até a atualidade. “É bom ter esse impulso porque nunca vamos fazer a mesma coisa. Embora o trabalho seja o mesmo, tudo é diferente”, ressaltou o artista.

 O cantor também expôs momentos de censura que passou durante os 20 anos de Ditadura Militar e ao relatar sobre o momento no Brasil, constatou que, de certa forma, “tudo passa” e  por mais que tenham tentado o silenciar, ele se recusou a virar refém do sistema autoritário. “Tenho esse pensamento. As coisas vêm, permanecem e eu acho que tudo vai passar. E vamos dizer em outro momento: ‘Lembra? Que tempos difíceis nós tivemos”, afirmou Ney Matogrosso. 

 O filme “Homem com H” de Esmir Filho também foi um tópico no painel e o artista relatou que a obra vem atraindo novas gerações e que mesmo participando diretamente do processo de construção, ao assistir, ele se emocionou muito com o resultado. Ao decorrer do painel, Ney Matogrosso não deixou de citar sobre a sensação de felicidade ao virar enredo da escola de samba “Imperatriz Leopoldinense” em 2026.

 A palestra de dois dos artistas mais inovadores e marcantes da arte brasileira, encerrou-se de jeito emocionante e musical, reforçando a pluralidade, inovação e riqueza cultural existente no Brasil.

Ana Luiza Prince – 2º período 

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