Ambientado em um universo alternativo retrô-futurista e utópico dos anos 60, o longa-metragem tem como um dos temas centrais a união da família e do povo. A obra Quarteto Fantástico: Primeiros Passos valoriza, acima dos poderes, os laços humanos e emocionais dos heróis e da sociedade, desmistificando a ideia superficial de um super-herói.
A primeira família da Marvel retorna aos cinemas com uma adaptação respeitosa, destacando o carisma impecável de Pedro Pascal (Reed Richards), Vanessa Kirby (Sue Storm), Joseph Quinn (Johnny Storm) e Ebon Moss-Bachrach (Ben Grimm). Eles conseguem transmitir, em 1 hora e 55 minutos, a essência de um núcleo familiar verdadeiro, não apenas entre os quatro heróis, mas também entre as pessoas da Terra.
Para que esse núcleo familiar parecesse o mais real possível, foi imprescindível romper com a ideia sexista atribuída à personagem Sue Storm em filmes anteriores do Quarteto Fantástico. Aqui, ela passa por uma transformação, tornando-se não apenas uma heroína mais poderosa, mas também uma mãe real, tanto para o bebê Franklin quanto para a Terra. Esse processo de mudança envolve todos os personagens, que evoluem para se adequar a essa nova realidade, desenvolvendo ainda mais suas versões humanas.
Os arcos dos personagens foram planejados para capturar a essência de cada ator. No casal Reed e Sue, destacam-se o companheirismo e o cuidado mútuo, de forma simples e tocante, através do nascimento de seu filho, Franklin Richards. Já para a icônica dupla Ben e Johnny, além do humor que torna o filme mais leve, suas trajetórias evidenciam grandes superações de obstáculos. Os vilões, Galactus (Ralph Ineson), que paralisa a todos com suas aparições, e a Surfista Prateada (Julia Garner), que rouba todas as cenas em que aparece, têm arcos imponentes e importantes para o desenvolvimento do enredo, garantindo uma enorme tensão em suas cenas.
Apesar de já conhecermos a história dos personagens, não é necessário ter conhecimento prévio do MCU, já que este filme representa um recomeço para o universo Marvel, sendo ideal tanto para novos espectadores quanto para fãs antigos. Ao contrário das outras versões do Quarteto Fantástico, que detalham como o grupo adquiriu seus superpoderes, a versão de 2025 dirigida por Matt Shakman condensa a história de origem em um breve resumo na introdução, por meio de uma celebração ao vivo do quarto aniversário da fatídica viagem ao espaço, com uma sequência de vídeos antigos e jornais da época. Essa escolha intensifica e ambienta os espectadores na proposta retrô-futurista.
Além da atuação consistente do elenco, a estética dos anos 60, o design de produção, os figurinos e a trilha sonora são pontos essenciais para tornar a experiência imersiva, criando uma atmosfera atraente e nostálgica. Os criadores desenvolveram um cenário impressionante, fundamental para reintroduzir a história e os personagens ao público, com efeitos especiais impactantes tanto no espaço quanto na Terra, mantendo-se fiéis aos quadrinhos originais.
Como todo filme da Marvel, era de se esperar a aparição de personagens clássicos dos quadrinhos para satisfazer os fãs mais dedicados. Infelizmente, as histórias desses personagens não são bem desenvolvidas, mas ainda assim causam alegria e satisfação por estarem presentes na obra. Até mesmo o robô H.E.R.B.I.E. consegue atender às expectativas do público, desempenhando um papel de grande importância em Primeiros Passos. Por fim, as cenas pós-créditos fazem jus ao filme, com um toque de “quero mais” e uma pequena homenagem aos tempos antigos.
Assim, pode-se dizer que o diretor Matt Shakman continua acertando em seus trabalhos e entrega mais uma obra épica, digna de ser chamada de FANTÁSTICA.






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