O sexto dia da Bienal do Livro contou com intensa participação de escolas, que levaram seus alunos para conhecer o universo da leitura.

Mais do que uma feira, o evento reafirma-se como um espaço de partilha, descobertas e valorização dos livros, reunindo escolas, famílias e profissionais da educação para destacar o papel coletivo na formação de novos leitores. A Bienal do Livro destacou o papel transformador da literatura na infância e adolescência, reunindo escolas e educadores para celebrar a leitura como ferramenta essencial na formação cidadã.

A leitura exerce função essencial no desenvolvimento de crianças e adolescentes, contribuindo para o crescimento cognitivo, a formação crítica, o amadurecimento emocional e a estimulação da criatividade. “A importância da leitura nas primeiras idades e o investimento nesse hábito, principalmente nas etapas iniciais, são fundamentais para o desenvolvimento emocional, crítico e criativo da criança. A criança que lê é mais criativa, tem os sentimentos mais aflorados e um controle maior do seu emocional”, comenta a professora de Educação Infantil, Andressa Beatriz.

Durante a Bienal, educadores destacaram como a leitura pode transformar realidades. A pedagoga Nathalia de Medeiros, do Centro de Ensino Medeiros (Curicica), levou à feira, pela primeira vez, a turma do P2, após um projeto escolar sobre a importância do hábito de ler. “Muitos desses alunos nunca tiveram contato com um evento desse tipo. Estamos plantando sementes que, esperamos, floresçam em amor pelos livros”, disse Nathalia. O impacto do projeto já é notado no interesse crescente dos alunos por novos títulos.

“Num contexto em que a leitura é feita majoritariamente em dispositivos digitais, a Bienal oferece uma experiência única e concreta aos estudantes. Para muitos, é uma verdadeira descoberta”, destaca Marta Nóbrega, coordenadora pedagógica do Centro Educacional Nóbrega Dias (Duque de Caxias, Baixada Fluminense). O contacto físico com os livros reforça o vínculo afetivo com a leitura e amplia as possibilidades de aprendizagem.

A leitura, além de educativa, estimula a imaginação. Ao acompanhar histórias, crianças e jovens exercitam a criação de imagens mentais, a invenção de novos desfechos e o pensamento criativo, desenvolvendo habilidades fundamentais para a expressão artística e a resolução de problemas. Essas competências influenciam também o desempenho escolar e a capacidade de resolver desafios do quotidiano.

Apesar de os avanços, o incentivo à leitura ainda é limitado em muitas instituições. Andressa Beatriz defende a união entre escola e família nesse processo. “Algumas escolas já promovem contações de histórias, mas isso ainda é pouco. Não adianta incentivar apenas na escola se, em casa, os pais não reservam nem 10 minutos para ler com os filhos. A criança aprende pelo exemplo. Se vê telas, vai reproduzir telas. Se vê livros, vai reproduzir livros”, afirma Andressa.

Gabrieli Costa, professora de Português e Literatura no Instituto Educacional Propósito, em Vila Isabel, afirma que o exemplo dos pais é essencial para incentivar a leitura entre os jovens. “Jovens leitores hoje serão adultos leitores amanhã. E seus filhos verão seus pais lendo”, destaca. Mãe e educadora, ela reforça que o hábito da leitura começa em casa: “Meus filhos são leitores porque eu sou leitora. O exemplo é fundamental.”

A Bienal do Livro, ao proporcionar essa vivência literária, contribui diretamente para despertar novos leitores. A experiência reforça que o estímulo à leitura precisa ser contínuo, coletivo e, sobretudo, vivido no dia a dia, dentro e fora da sala de aula.

Rodrigo Amancio – 2° período

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