O maior evento de literatura do Rio de Janeiro promove encontros que fortalecem a cena autoral e celebram o trabalho independente
A Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o evento literário mais popular do Brasil, reúne mais de 300 autores e apresenta atrações diversas. Reconhecida nacionalmente, a Bienal é vista por muitos artistas independentes como uma chance única de divulgar seus trabalhos e ampliar conexões.
A ilustradora e quadrinista, Helena Cunha, com sete anos de carreira, participa pela primeira vez e destaca que as suas expectativas são altíssimas. “Espero conhecer novos leitores e divulgar meu trabalho. Acredito que a Bienal é uma aposta positiva. Você conhece alguém, entrega seu cartão, essa pessoa começa a te acompanhar e pode até te chamar para um projeto. Nunca se sabe onde isso vai dar, mas sempre surgem resultados superlegais”, afirma Helena.
Para o escritor e ilustrador, Louie Caetano, a ilustradora e quadrinista, Helena Cunha, foi uma das maiores inspirações para sua carreira. “Sou fã da Helena há três anos. O jeito como ela aborda temas sensíveis, como o luto, sempre me tocou muito, pessoalmente e profissionalmente. O livro dela, “Boa Sorte”, fala sobre suicídio com um primor impressionante. Estar aqui com tantos artistas independentes me faz sentir em casa”, cita Louie Caetano.
Veterano na cena dos quadrinhos, o professor, quadrinista e comunicador digital Rafael Pinheiro, com mais de dez anos de atuação, já participou da última edição e destaca a importância de estar nesse espaço. “Os quadrinhos ainda precisam de mais visibilidade dentro da literatura. Estar na Bienal é furar a bolha. A gente alcança leitores que não consomem só quadrinhos, mas também livros. E é incrível quando um fã se aproxima. Receber uma mensagem no fim do dia dizendo que alguém chorou lendo o que você fez ou que veio de outro estado só pra te conhecer, é isso que faz tudo valer a pena”, cita Rafael Pinheiro.
A ilustradora Lari Macedo, fã de Rafael há mais de uma década, relembra com carinho o primeiro encontro entre eles. “Eu o reconheci numa feira na UFRJ, durante a Semana Internacional de Quadrinhos. Mesmo já tendo encontrado ele outras vezes e termos estudado na mesma universidade, ainda é emocionante. É sempre bom reencontrar artistas de quem a gente é fã. Acho fundamental termos esse espaço aqui, e ele deveria ser ainda maior. A cena do quadrinho brasileiro está crescendo, e eventos desse porte precisam valorizar os autores independentes “, destaca Lari Macedo.
Conhecida nas redes sociais como Cartomante, a quadrinista Cecília Ramos, ativa desde 2015, ressalta o papel essencial dos leitores. “Os eventos são cansativos, sim, mas é por causa dos fãs que a gente volta. É nesse tipo de encontro que cada número nas redes vira uma pessoa real. E é impressionante que esta seja a primeira vez que estamos sendo oficialmente reconhecidos na Bienal. Em 2023, parecia um teste. Agora é pra valer”, afirma Cecília Ramos.
Para a autora de fantasia, romance e suspense desde 2020, além de professora de escrita criativa, Gabrielli Hathaway valoriza o contato físico com os leitores. “O melhor que a Bienal oferece aos autores independentes é o carinho. Eu até envio livros autografados, mas nada substitui o abraço, o olhar, o sorriso. Ouvir que a obra transformou a vida de alguém é impagável”, conclui Gabrielli.
Gabrielli também celebra a liberdade criativa de ser autora independente. “Com editoras, há processos longos e calendários. Às vezes, o livro só sai um ano depois de pronto. Mas sendo independente, publico quando termino. Faço com que ele chegue ao leitor de forma mais rápida e acessível. E ainda consigo lucrar de forma justa. Isso faz total diferença pra mim”, afirma Gabrielli Hathaway.
Gabriel Veras – 2º período













Deixe um comentário