Especialistas discutem os impactos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos e oferecem soluções para equilibrar tecnologia e aprendizado, como a inclusão de um dia sem acesso à tecnologia na rotina da criança.
O acesso precoce de crianças a dispositivos eletrônicos para entretenimento e comunicação tem sido motivo de alerta entre especialistas, que destacam os prejuízos à saúde mental e ao desenvolvimento social. Entre os problemas identificados estão atrasos na fala, alterações no humor, dificuldades de interação e prejuízos na aprendizagem, especialmente na primeira infância. Como solução, profissionais sugerem práticas que limitem o tempo de tela e valorizem brincadeiras e interações presenciais, essenciais para um desenvolvimento equilibrado.
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos por crianças tem gerado preocupações no meio educacional e psicológico. Aline Rodrigues, pedagoga no Centro de Educação Monteiro Marques, em Campo Grande, destaca que a introdução precoce das telas na rotina infantil tem levado a alterações significativas no comportamento dos alunos, prejudicando a concentração e aumentando a ansiedade dos estudantes em sala de aula. “O impacto dentro da sala de aula é notório é possível perceber prejuízos na concentração, aumento da ansiedade e até a falta de iniciativa para construir laços de amizade”, explica a educadora.

Além disso, Aline observa que o uso excessivo das telas pode expor as crianças a conteúdos inadequados para a idade, prejudicando o amadurecimento e a segurança emocional. A pedagoga destaca, no entanto, que a escola tem buscado alternativas para minimizar esses efeitos, como a proibição do uso de aparelhos eletrônicos dentro da instituição e a adoção de novas estratégias de ensino, como o uso de assuntos populares nas redes sociais e jogos. “Utilizo os assuntos que os alunos trazem sobre joguinhos, TikTok ou memes para enriquecer as aulas, conectando o conteúdo acadêmico aos interesses deles”, comenta.
Ana Maria de Lima, psicóloga da Fazenda Paraíso e pós-graduada em saúde mental, também vê com preocupação os impactos do uso prolongado das telas, especialmente na fase pré-escolar. A especialista destaca que os prejuízos para as crianças podem ser diversos, variando desde problemas de postura e aumento da agressividade até situações mais graves, como falta de concentração, atraso na fala — especialmente para aquelas que estão na fase de desenvolvimento da linguagem — e aumento da ansiedade. “Os prejuízos para as crianças incluem dificuldades de concentração, atraso na fala, transtornos de sono, ansiedade, agressividade e até problemas de postura”, alerta. Ela enfatiza que os efeitos são mais intensos durante a fase de desenvolvimento cognitivo e emocional, quando as crianças estão formando habilidades essenciais para a vida social e acadêmica.

Ana Maria de Lima aponta que o uso excessivo de dispositivos também pode resultar em mudanças no comportamento e dificuldades de interação social. Ela afirma que uma das causas desse uso excessivo de celulares está ligada à falta de interação social na escola e explica que, para mitigar esses impactos, sugere que os pais adotem medidas preventivas, como estabelecer limites de tempo para o uso de tecnologias e promover atividades que incentivem o contato físico e a socialização, defendendo a ideia de que a criança tenha um dia da semana sem acesso à tecnologia. “A falta de interações sociais na unidade escolar é uma das maiores consequências do tempo excessivo em frente às telas. Ao estabelecer horários fixos para o uso dos aparelhos, monitorando o conteúdo acessado e incentivando brincadeiras, os pais podem ajudar a evitar os danos à saúde mental e ao desenvolvimento das crianças”, explicou a especialista.
Tanto a psicóloga e especialista em saúde mental, Ana Maria de Lima quanto Aline Rodrigues, pedagoga no Centro Educação Monteiro Marques, concordam que o equilíbrio é fundamental quando o assunto é o uso do celular. Embora reconheçam os benefícios da tecnologia quando utilizada de forma consciente, elas alertam para a necessidade de limites para garantir que as crianças se desenvolvam de maneira saudável, tanto no aspecto cognitivo quanto emocional.
Adalberto Ribeiro – 6° Período





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