A educação inclusiva garante o direito do aluno à educação de qualidade, inclusão social e desenvolvimento pessoal promovendo igualdade de oportunidades independentemente de suas características físicas e intelectuais. Nesse sentido, educadores destacam a importância de apoio especializado e infraestrutura adequada para garantir uma inclusão eficaz, enquanto enfrentam salas de aula lotadas e falta de materiais pedagógicos adaptados. Segundo o último Censo Escolar da Educação Básica, em 2022, havia quase 1,3 milhão de estudantes com deficiência intelectual, seguido de autismo e deficiência física. O número de alunos com deficiência nas escolas públicas e privadas tem aumentado no Brasil, já em 2023, de acordo com o Censo e o MEC o número de alunos matriculados na educação especial atinge a marca de 1.771.430, representando 3,7% do total de matrículas.
A professora Regina Céli, 64, conta que em seu colégio, todas as turmas no turno da manhã e da tarde possuem alunos especiais com laudo e em investigação, em média são 3 alunos por sala. “Eu espero que a inclusão seja repensada como um todo e principalmente em alguns casos severos. Que espaços e recursos sejam adaptados. Que os auxiliares recebam orientação e supervisão, pois atualmente o professor é responsável por isso também.”
A professora Cláudia Márcia, 54, busca por conta própria formação e especializações profissionais visto que trabalha em 2 municípios, Rio das Ostras e Macaé, só que apenas Rio das Ostras oferece curso de especialização, possui apoio da equipe de inclusão e cuidador para o aluno. Em Macaé, a prefeitura não oferece curso, não tem apoio de nenhuma equipe de inclusão. “Infelizmente há somente o direito à escola garantida na matrícula, a interação social e o aprender por meio do convívio para alunos não severos, mas em casos mais graves eles estão dentro da escola sem nenhuma inclusão”, disse Cláudia.
É importante levar em consideração não apenas o número de alunos matriculados, mas também que os colégios e os educadores estejam preparados para receber essas crianças. Muitos professores não estão seguros para dar aulas aos alunos com deficiência. Há falta de material didático pedagógico, salas muito cheias que impedem o atendimento individualizado aos estudantes e falta de rede de apoio. A insegurança de alguns educadores e o despreparo para lidar com essas dificuldades os levam à frustração pessoal e ao mesmo tempo ao desgaste educacional.
A professora Maria Carvalho, 56, nos conta que se sente despreparada para cada criança que recebe, pois cada ser é único e os cursos oferecidos pela prefeitura não oferecem uma formação satisfatória, completa. “Eu recebi um auxiliar para ajudar em sala com o PCD, porém sem formação nenhuma, nem pedagógica e nem sobre inclusão”.
O professor que não consegue lidar com esses sentimentos divergentes se sente perdido e incapaz de transmitir os conhecimentos científicos, morais e sociais necessários para cumprir a função educacional, independentemente das capacidades mental e motora dos alunos, que é formar cidadãos conscientes e críticos. O intelecto do aluno se desenvolve por meio da orientação das disciplinas ministradas pelo professor, mas para isso é necessária uma combinação de atividades complementares. Tais ações devem estar inseridas em um planejamento que faz parte do processo de ensino e requerem ações sistemáticas para atingir os objetivos propostos. Ainda mais quando se trata de um aluno especial.
O professor Luiz Casemiro, 41, conta que somando todas as turmas em que ele atua, tanto na rede pública quanto na rede privada, ele possui cerca de 45 alunos com deficiência, e atua totalmente sozinho em sala de aula sendo que há alunos que necessitam da inclusão. “Há falta de auxiliares em sala de aula e por conta disso muitos alunos não conseguem acompanhar a aula e ficam com déficit no aprendizado”.
Para o professor Luciano Barbosa, 43, é imprescindível poder contar com auxiliares nas turmas, uma vez que há alunos que precisam de atenção individual e ajuda na escrita. A presença dos alunos com deficiência em sala de aula é importante pois ela ensina sobre a diversidade e a aceitação. “Quando os alunos estão adaptados às turmas eles se desenvolvem cognitivamente e socialmente, espero o desenvolvimento dos alunos e desenvolver material próprio para que eles possam se adaptar e dou atenção em separado quando precisa”, disse.
Os desafios a serem enfrentados pelo educador em relação à inclusão são muitos como podemos ver, mas existem estratégias que ajudam os professores em sala de aula, estas são:
1) Organizar e conduzir situações de aprendizado.
2) Administrar o desenvolvimento das aprendizagens.
3) Criar atividades acessíveis.
4) Envolver os alunos nas suas experiências e nos seus trabalhos.
5) Desenvolver atividades em grupo.
6) Praticar atividades de rotina.
7) Comunicar e envolver as famílias.
8) Adotar novas tecnologias.
A professora Maria Carvalho conta que gostaria muito de uma educação realmente efetiva, onde essas crianças tivessem atendimento com profissionais qualificados a todo o tempo. “Como pedagoga eu venho desenvolvendo atividades que atendam as necessidades da criança e através de jogos, brinquedos, cantigas, histórias, brincadeiras e muito carinho tento incluí-los”.
A professora Katia Puente, 56, conta que espera da Secretaria de Educação mais apoio, pois teve que buscar sozinha auxílio e material para inclusão. “É preciso que cada escola tenha um psicopedagogo para ajudar cada docente na produção de materiais individuais personalizados, que existam cursos para orientar o professor (eu tive que buscar sozinha). Além disso, é preciso contratar professores de apoio para acompanhar casos específicos e ter uma estrutura de acessibilidade física”.
Giovanna Mattos – 5° Período





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