Com o desequilíbrio no clima global, o calor tem se apresentado cada vez mais agressivo no Brasil e isso pode agravar no verão de 2025. Os impactos dessas ondas de calor intensas são diversos e no corpo humano também podem ser muito prejudiciais, dito isso os cuidados com o organismo são necessários e podem prevenir problemas de saúde desde os mais leves aos mais graves.
Uma pesquisa realizada pela ONU indica que o verão de 2025 será o mais quente da história no Brasil, com o ar mais seco e risco de chuvas intensas pelo país. Isso porque a passagem do fenômeno La Nina que passou pelo Pacífico e vai deixar vestígios até o verão do próximo ano, além da crise climática que vem provocando mudanças drásticas no clima e prejudicando todo o planeta.
O calor extremo, decorrente desse fenômeno agravado pela crise, pode ser prejudicial não só para o planeta mas para a saúde das pessoas também. Problemas como insolação e desidratação são alguns exemplos de consequências da exposição ao calor mais severo. Julia Alves é estudante universitária e comentou ter o costume de fugir do sol em dias mais quentes em dias de aula devido ao calor do lugar. “Sou uma pessoa completamente apaixonada pelos dias ensolarados, mas sofro muito com o calor. Por ter a pressão baixa, preciso tomar cuidado nos dias mais quentes, costumo me sentir mais indisposta e preciso cuidar da minha alimentação e evitar comidas mais gordurosas”, disse ela.

O médico do trabalho, Cláudio Barreto, adverte sobre os cuidados com o corpo em dias de muito calor. Ele recomendou evitar a exposição ao sol das 10h às 16h, quando a radiação ultravioleta está mais intensa, podendo prejudicar a saúde. Ele disse ser importante os cuidados em casa também como manter as cortinas fechadas e umidificar o ambiente interno, além do consumo de água ou sucos da fruta para evitar desidratação e o estímulo da hidratação para pessoas com comorbidades.

A advogada Marcella Brito contou ter desenvolvido hábitos para lidar com dias de calor intenso, como a utilização de protetor solar, bastante consumo de água e não sair em horários em que os raios solares estão mais fortes. “O verão e o calor me afetam de forma negativa, pois sinto mal estar, a pressão cai e tudo passa a ser muito desconfortável. Além de que nem toda roupa é confortável para usar e nem todo lugar é agradável”, explicou ela.

A dermatologista Mônica Duarte disse ainda que a pele fica mais propensa a irritação em dias de calor extremo. Segundo ela, é preciso evitar cosméticos como hidratantes, maquiagem e perfumes é o ideal, além de refrescar o corpo com banhos frios e evitar ambientes quentes. “A pele é o maior órgão do corpo humano e que está em contato com o meio externo. Por isso temos a capacidade de equilibrar a temperatura corporal através da pele, pela transpiração”.
Sophia Magalhães trabalha como cabeleireira e passa a maior parte de seu tempo no salão e ainda assim não dispensa os cuidados com a saúde mesmo em ambiente fechado. Ela responsabiliza a ação humana na natureza que tem contribuído para o desequilíbrio e crise no clima global. “Infelizmente o calor excessivo é causa do homem, e também fico pensando bastante nos moradores de rua, nos bichinhos, como dão um jeito? E também as pessoas que não tem a condição de comprar ar condicionado, idosos e também pelo transporte público, que infelizmente não funcionam nada aqueles ares condicionados”.

Doutor Cláudio também alerta para a falsa sensação de o calor ser menos agressivo que outros fenômenos climáticos extremos como tornados e enchentes e disse que isso torna as ondas de calor extremamente perigosas para a saúde humana. “O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração, intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas. O corpo também perde muito líquido na tentativa de se aliviar pelo suor, o que leva à desidratação e torna o sangue viscoso, afetando os rins e o coração, que são mais exigidos. A desidratação também causa vasoconstrição, que eleva o risco de trombose e de acidente vascular cerebral”, concluiu ele.
Julia comentou que as mudanças climáticas podem impactar na rotina e no bem estar das pessoas e acredita ser importante cuidar do corpo para se sentir bem mesmo em dias de calor extremo. “Acredito que [a crise climática] pode impactar muito a rotina das pessoas, principalmente as que precisam estar expostas ao sol. Esses dias, voltando para casa no transporte público, vi pela janela 2 pessoas passando mal na rua por conta do calor que estava fazendo no dia. Acredito que precisamos todos ficar atentos e fazer o que for possível para se cuidar e se proteger desse calor”, contou ela.
Marcella contou acreditar que as mudanças climáticas vão impactar a vida de todos de forma negativa, explicou que o calor excessivo faz mal à saúde e pode desencadear todo tipo de problema, desde cardiovasculares a problemas da pele. “Quanto mais cuidado tiver, mais saudável a pessoa vai estar, a prevenção é muito importante para evitar o pior”.
O doutor alertou para os cuidados para pessoas com problemas de saúde e explicou que pessoas com hipertensão, diabetes e Alzheimer são mais vulneráveis em dias muito quentes, além de pessoas que tomam medicamentos como diuréticos. “Pacientes com doenças cardíacas e respiratórias são mais vulneráveis a ondas de calor, pois o esforço para manter a temperatura corporal pode sobrecarregar o coração e os pulmões”, concluiu Cláudio.
Luiza Moura – 6° Período





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