A campanha Outubro Rosa, realizada anualmente, tem como objetivo alertar a sociedade para a prevenção e detecção precoce do câncer de mama, além de destacar a importância da doação de sangue e dos direitos das mulheres diagnosticadas com a doença. Em 2022, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou que 66.280 novos casos de câncer de mama surgiriam no Brasil, o que o torna a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres no país. Diante desse quadro, é imprescindível que não apenas a conscientização sobre a detecção precoce seja reforçada, mas também o papel vital da doação de sangue e do entendimento dos direitos das pacientes.

Rodrigo Moreira, responsável pela captação de doadores no Banco de Sangue Serum, enfatiza a necessidade de uma mobilização coletiva: “É fundamental que a sociedade esteja atenta à saúde feminina, incentivando o autocuidado e a realização de exames preventivos. Além disso, a doação de sangue é um ato de solidariedade que salva vidas, especialmente de mulheres que estão enfrentando o câncer de mama”. Segundo dados da instituição, muitas pacientes em tratamento necessitam de transfusões de sangue, e uma única bolsa pode ser decisiva para a vida dessas mulheres. “As transfusões são essenciais para a recuperação de pacientes em tratamento oncológico”, complementa Moreira.
A campanha também foca no autocuidado e no diagnóstico precoce. Conforme explica a médica Caroline Daitx, especialista em medicina legal, “quanto mais cedo a doença é detectada, maiores são as chances de cura”. Ela reforça a importância da perícia médica no acesso aos direitos das pacientes, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. “A perícia não é uma simples burocracia, mas um mecanismo essencial para garantir que as mulheres diagnosticadas com câncer de mama tenham acesso pleno a seus benefícios”, explica. Em muitos casos, a perícia é crucial para determinar o tempo de afastamento necessário do trabalho ou até mesmo para confirmar a incapacidade permanente, nos casos de aposentadoria por invalidez.

Caroline Daitx também ressalta a importância da documentação médica completa: “Muitas vezes, o benefício é negado por falta de informações ou laudos incompletos. Por isso, sempre aconselho que as pacientes busquem o suporte de um perito particular, que pode orientá-las na preparação dos documentos necessários”. Essa orientação pode evitar contratempos e garantir que as pacientes recebam seus direitos sem maiores dificuldades.
Outro aspecto abordado no Outubro Rosa é a cirurgia de reconstrução mamária. A cirurgiã plástica Larissa Sumodjo afirma que essa intervenção é parte integrante do tratamento do câncer de mama e pode ser realizada simultaneamente à mastectomia, o que, segundo ela, “não compromete a cura e, muitas vezes, eleva a autoestima da paciente”. Larissa ressalta que a reconstrução imediata tem benefícios comprovados para a qualidade de vida das pacientes, e destaca a relevância do autocuidado contínuo: “A adoção de um estilo de vida saudável e a realização regular de exames podem reduzir em até 28% as chances de desenvolvimento do câncer”.

Viviane Delgado, que venceu o câncer de mama, compartilha sua experiência de luta contra a doença. “Descobrir o câncer foi um choque, mas o apoio da minha família, dos médicos e da equipe do banco de sangue foi essencial para a minha recuperação”, relembra. Viviane aproveita para encorajar outras mulheres: “Não enfrentem esse processo sozinhas. Façam seus exames preventivos regularmente, porque o diagnóstico precoce salva vidas. Eu sou prova disso”.

O Outubro Rosa vai além da conscientização sobre a doença. Ele reforça a importância da doação de sangue, não apenas como um gesto de solidariedade, mas como uma ação que pode salvar vidas. “Cada doação é um ato de esperança”, afirma Moreira. Além disso, a campanha reforça o dever de todos de apoiar as mulheres em suas jornadas de tratamento e recuperação. Como conclui a Dra. Larissa, “cuidar da saúde feminina é uma responsabilidade coletiva, e a mobilização social pode transformar a realidade de milhares de mulheres”.
Mario Freire – 2° Período





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