A doença, que teve seu primeiro caso registrado na República Democrática do Congo, já apresenta casos no Rio desde 2022. A infectologista alerta para medidas de prevenção e cuidados essenciais, que devem ser adotados, como lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel.

A Secretaria Municipal de Saúde registrou em 2024 mais de 180 casos de Mpox. A doença, que vem desde 2022 preocupando as autoridades de saúde do município, requer medidas de prevenção e cuidados, que vão desde lavar as mãos e manter distância de pessoas com diagnóstico positivo.

De acordo com Carla Novaretti, que atua na Divisão de Vigilância em Saúde do Município do Rio, a principal forma de proteção contra a Mpox é lavando as mãos com água e sabão e quando estiver na rua usando álcool em gel. “A medida principal é a higienização das mãos através da lavagem com água e sabão ou também fazendo o uso do álcool em gel. A higienização deve ser realizada diversas vezes ao dia, principalmente após o uso de transportes públicos, banheiro e antes das refeições”, explicou a infectologista.

Outra forma de proteção que Novaretti destaca é a importância de não compartilhar objetos de uso pessoal, para que não ocorra a transmissão indireta da doença por meio desses objetos. “Não compartilhar objetos como copos, talheres, toalhas de banho, roupas e roupa de cama já usados por outras pessoas e não limpos”, destacou.

Novaretti afirma ainda que pessoas que sentirem algum dos sintomas da doença devem procurar os postos de saúde mais próximos de casa, para que sejam realizados exames laboratoriais. “Todas as pessoas que apresentem sinais e sintomas sugestivos de Mpox devem procurar uma unidade de saúde ou Clínica da Família mais próxima de sua casa para que sejam realizados acolhimento, consultas, diagnóstico por coleta de exames e notificação de casos”, afirmou Carla Novaretti.

Em relação ao tratamento, Novaretti destacou que não há um medicamento específico para Mpox e que apenas é realizada a administração de medicamentos para tratar os sintomas. “Não existe nenhuma medicação ou tratamento específico para Mpox, sendo o tratamento somente sintomático”, ressaltou. 

Para aqueles que já estão com diagnóstico positivo, a infectologista Carla Novaretti, que atua na Divisão de Vigilância em Saúde do Município do Rio, recomenda o isolamento, evitando contato físico direto com outras pessoas. “Os pacientes diagnosticados devem se manter em isolamento social, evitar contato físico, abraços e beijos com outras pessoas, e adotar as medidas de higiene já citadas para evitar transmissão”, afirmou Novaretti.

A infectologista também ressalta a importância de evitar infecções secundárias, mantendo sempre as unhas curtas, limpas e evitando coçar as feridas causadas pela Mpox. “O cuidado maior que o paciente deve ter para não causar infecção bacteriana das lesões da Mpox é manter unhas curtas e mãos limpas e não coçar as feridas”, explicou 

A propagação da doença

A doença vem tendo casos notificados às autoridades de saúde desde 2022, com ajuda dos profissionais das clínicas da saúde, têm sido identificados casos em diversos bairros como, Zona Oeste e centro da capital fluminense. 

O Rio de Janeiro registrou o primeiro caso de Mpox em junho de 2022 e, em 2024, já ultrapassa 180 casos confirmados e mais de 500 notificações. A propagação da doença tem sido intensificada por fatores sociais, como a falta de informação sobre a enfermidade e os modos de contágio, além de fatores ambientais relacionados ao contato próximo entre pessoas.

Segundo Alexandro Alves, enfermeiro e sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde, a presença das unidades de saúde da família em diferentes pontos da cidade, com visitas rotineiras nas casas ajuda na descoberta de casos e diminui a propagação. Ainda de acordo com Alexandre, a baixa escolaridade influencia negativamente a compreensão sobre os riscos de contaminação atrelados à doença.

O especialista destaca ainda que ainda que a falta de informação sobre a doença e as maneiras de contágio contribuem para uma maior propagação da doença pela cidade, ele cita também que o contato físico próximo ou em objetos contaminados pode ajudar na propagação da doença. “Os fatores sociais mais específicos são a falta de informação sobre a doença e as maneiras de contágio. Os fatores ambientais estão relacionados ao contágio, que ocorre por fômites e pelo contato direto entre pessoas, sendo, portanto, mais relevantes para aqueles que possuem um contato mais próximo”, afirmou Alexandro Alves. 

Para o especialista uma melhor distribuição dos domicílios, com diminuição da concentração populacional, aliada a uma maior divulgação sobre a doença e à ampliação do acesso a ensino de qualidade são medidas eficazes para a diminuição da transmissão da doença. “Uma melhor distribuição dos domicílios, com diminuição da aglomeração populacional, além de maior divulgação sobre a doença e mais oferta de acesso ao ensino de qualidade”.

De acordo com o Observatório Epidemiológico da Cidade do Rio de Janeiro, as regiões com maior confirmação de casos positivos são a Zona Oeste, com 39 casos, e a Zona Sul, com 31 casos confirmados. Dos 180 casos confirmados, 166 são do sexo masculino e 8, do sexo feminino.

Adalberto Ribeiro – 5° Período 

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