No dia 14 de outubro, quando se celebra o Dia da Pecuária, o setor enfrenta um momento crítico em meio às mudanças climáticas. Entre 2020 e 2022, a falta de chuvas resultou em uma queda significativa na produção de milho, alimento essencial para o gado, gerando grandes prejuízos aos pecuaristas. Além disso, práticas de manejo não sustentáveis estão agravando as ondas de calor no Brasil. Diante desse cenário, especialistas vêm apontando para a “pecuária verde” como uma alternativa promissora para mitigar os danos ambientais e garantir a sustentabilidade do setor.

Segundo Cezar Pires, Coordenador e Professor do curso de graduação a distância de Gestão Ambiental da Universidade Veiga de Almeida (UVA), A produção tradicional tem um impacto significativo nas condições climáticas do planeta: Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE): a pecuária é uma das principais fontes de GEE, como metano e óxido nitroso. Também, segundo o especialista o uso intensivo de Recursos hídricos, A Poluição do solo e da água causada pelo manejo inadequado de resíduos animais e a perda de biodiversidade causadas pela expansão da pecuária influenciam as alterações climáticas, modificando os padrões de temperatura e chuvas, afetando assim a própria agricultura, além de trazer insegurança alimentar e desequilíbrios nos ecossistemas, sendo assim, preciso implementar práticas mais sustentáveis.
Além disso, Cezar menciona que para reduzir o GEE, existem algumas estratégias eficazes, como por exemplo a melhoria da alimentação do rebanho com dietas mais balanceadas e ricas em nutrientes que podem reduzir a fermentação no rúmen, diminuindo assim a produção de metano. Alimentos como algas marinhas, que contêm compostos que inibem a produção de metano, têm mostrado ótimos resultados. O Perito no tema ainda menciona que, para uma produção de pecuária verde, requer a implementação de práticas ecológicas que evitem o impacto no meio ambiente e incentivem a preservação dos recursos naturais, como o Manejo sustentável de pastagens, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), o bem-estar animal e a gestão sustentável de pastos.
De acordo com Flávia Targa Martins, coordenadora dos cursos das engenharias da Universidade Veiga de Almeida (UVA) de Cabo Frio e professora do Curso de Graduação a distância de Agronegócio da UVA , uma pecuária verde é planejada em todo o seu ciclo para reduzir os impactos ambientais, inclusive evitando o desmatamento e o uso não sustentável dos recursos naturais, bem como a pegada de carbono. As estratégias que permitam aumentar a taxa de lotação, fertilidade do rebanho, o ganho médio diário, o peso da carcaça e o retorno financeiro por área, são hoje necessárias para acomodar o crescimento da pecuária sem novos desmatamentos. O uso de técnicas de manejo adequadas, a redução do consumo de recursos naturais, a preservação de áreas de mata nativa e o respeito aos direitos dos animais são outras táticas importantes para se ter uma pecuária verde.
Flávia também diz que a redução de metano na produção envolve a melhoria genética de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para o gado e o aprimoramento genético dos animais e que todas as ações que envolvem desmatamento e a degradação de pastagens irão interferir em uma pecuária menos eficiente ambientalmente e afetar as condições climáticas do planeta. Isso significa que reduzindo o desmatamento e a produção tendo uma relação mais amigável com o meio ambiente, a pecuária irá produzir muito melhor e os impactos climáticos, reduzidos.
Beatriz Ferraz – 1° Período





Deixe um comentário