Os jogos digitais, conhecidos popularmente por jogos do ‘tigrinho’ ou bets têm atraído cada vez mais apostadores, mas todo esse sucesso levanta um sinal de alerta para os impactos psicológicos e emocionais causados em jogadores

As apostas digitais, popularmente conhecidas como ‘tigrinhos’ ou bets, têm se tornado uma armadilha para muitos jogadores, atraídos pela promessa de ganhos rápidos. O vício nesse tipo de jogo é caracterizado pelo descontrole emocional e financeiro, levando pessoas a gastarem mais do que podem, enquanto enfrentam frustrações constantes por não conseguirem parar.
“Percebi que o vício estava me prejudicando quando comecei a perder dinheiro constantemente, jogando várias vezes na tentativa de recuperar o que tinha perdido. Mas quanto mais eu jogava, mais eu perdia”, confessou Leonardo da Conceição, 34, desempregado e um dos muitos jogadores que fazem parte do crescente grupo de pessoas que têm se envolvido com os chamados ‘tigrinhos’, as populares apostas digitais. A promessa de ganhos rápidos e a facilidade de acesso criam um ciclo vicioso, no qual jogadores se sentem atraídos pelas propagandas e a emoção do jogo.

O vício em apostas digitais, especialmente nos bets, tornou-se um problema alarmante, afetando não só as finanças, mas também a saúde mental e emocional dos apostadores. De acordo com Ana Maria de Lima, Psicóloga da Fazenda Paraíso, em Duque de Caxias, e pós graduada em Saúde Mental, os principais sintomas evidenciados em apostadores vão desde insônia, baixo desempenho nas atividades diárias até o isolamento social, irritabilidade, ansiedade e de forma nem sempre tão aparente problemas financeiros. “Os vícios em jogos digitais são caracterizados pela falta de controle sobre o tempo e dinheiro gastos. A pessoa começa a jogar desenfreadamente, resultando em isolamento social, irritabilidade, sérios problemas financeiros e até ”.

Leonardo da Conceição, 34, enfrentou sensação de frustração e compulsão por tentar recuperar as perdas sofridas nas apostas realizadas por ele. “Eu fiquei irritado, frustrado por perder dinheiro, mas continuava apostando, na esperança de ganhar. Isso afetou minha rotina e até minha saúde emocional”, relatou.
Para a especialista, o ambiente digital das apostas contribui diretamente para a compulsão, levando muitos jogadores a negligenciar responsabilidades pessoais e profissionais, agravando ainda mais o quadro de dependência. “O sistema de recompensa dos jogos ativa áreas do cérebro que fazem a pessoa querer continuar jogando. Isso mantém os jogadores conectados por horas, muitas vezes sem perceberem o quanto estão se prejudicando”, afirmou Ana Maria de Lima.
A especialista destaca que embora a saída desse ciclo possa parecer difícil, o passo inicial para se ver livre do vício é procurar ajuda médica e participar de grupos de apoio, a fim de identificar gatilhos. “A melhor alternativa é procurar ajuda médica e psicológica para lidar com os impactos negativos do vício. Grupos de apoio também são importantes, oferecendo ferramentas para que os jogadores identifiquem gatilhos e desenvolvam hábitos mais saudáveis”, disse Ana Maria de Lima.
Adalberto Ribeiro – 5° período





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