Autores e artistas relevantes se reúnem no Rio de Janeiro para debater e informar sobre os temas e obras mais relevantes da literatura nacional e internacional.
O LER – Festival do Leitor encerrou sua última edição com grande êxito no Píer Mauá, Rio de Janeiro. Durante o evento, que ocorreu entre os dias 24 a 28 de junho de 2024, mais de mil autores participaram de uma programação cultural diversificada que incluiu saraus literários, debates, contação de histórias, intervenções poéticas, exposições artísticas e palestras. Com a presença de um público estimado em centenas de milhares de pessoas, o festival destacou-se por sua inclusividade, oferecendo entradas e atividades gratuitas para milhares de alunos da rede pública.
Com grandes nomes da literatura e cultura nacional, o evento teve grande destaque e relevância com nomes como: Regina Casé, Ana Botafogo, Thalita Rebouças, Maitê Proença, Eduardo Bueno, Nelson Motta, Hélio De La Peña, Daniel Becker, Raphael Montes, Tainá Muller, Bruna Lombardi, Lázaro Ramos, Caio Blat, Felipe Neto, Thiago Lacerda e Marisa Monte.
Durante a palestra ministrada por Hélio De La Peña e Samuel Praciano com o tema “A Vida é um Livro Aberto”, Samuel Praciano, cofundador da Rede Arabutã de Bibliotecas Comunitárias, explica como atrair o público mais jovem para a literatura. “Para atrair o público jovem, é essencial abordar temas que já despertam seu interesse, assim conseguimos captar a atenção daqueles que inicialmente não mostravam interesse em ler”. Ainda para o fundador da biblioteca, Hélio de la Peña, um dos grandes desafios é a concorrência com as mídias sociais.. “Precisamos criar conteúdos que sejam tão atrativos quanto o que eles encontram nas redes, utilizando uma linguagem acessível e relevante para o universo dos jovens”, afirma Hélio.

O festival destacou diversas manifestações culturais brasileiras, com uma banca dedicada exclusivamente ao Nordeste. Essa banca apresentou a rica tradição do cordel, com uma escultura de bumba-meu-boi, que chamou a atenção dos visitantes. Para o cordelista Severino Honorato, representante da ABLC (Academia Brasileira de Literatura de Cordel) comentou: “A literatura de cordel foi rotulada como nordestina, mas tem raízes na Europa e foi aprimorada no Brasil desde 1890. “Historicamente, muitos nordestinos aprenderam a ler com o cordel, que foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo em 2018. É a única forma literária escrita brasileira registrada como nacional”, afirma Severino.

O evento também contou com a participação de dois convidados internacionais: o jornalista e escritor eslovaco, Marek Vadas, e o editor de livros eslovaco. František Matík. Marek compartilhou suas experiências na África, que inspiraram sua obra intitulada “Na Corrida”. “Durante minha visita a um hospital na África, onde muitos pacientes tinham doenças infecciosas. Todos queriam me cumprimentar, eu não queria parecer mal educado, mas também tinha receio de me contagiar. Essa experiência ressaltou os desafios que os jornalistas enfrentam ao lidar com diferentes contextos culturais e sociais”, relata Marek.

Uma das atrações do festival foi a palestra sobre o livro e a série “Bom Dia, Verônica”, com a presença do autor Raphael Montes e da atriz Tainá Muller. Eles discutiram a obra, a adaptação televisiva e a literatura de suspense. Raphael comentou sobre a dificuldade de adaptar um livro para o audiovisual, “A maior diferença entre adaptar um livro para uma série audiovisual está em transformar o texto lido em diálogos falados e cenas visuais. O maior desafio foi manter a autenticidade da personagem, ao adaptá-la para a série, precisei garantir que a essência dela fosse transmitida através das ações e falas na tela”. Tainá também falou sobre o desafio de transpor um personagem literário para a tela. “Ao adaptar a personagem do livro para o audiovisual, enfrentei o desafio de preservar a essência dela. Foi importante mostrar essa transformação de forma autêntica, mantendo a profundidade emocional da personagem”, explica Tainá.

Outra atração do evento foi a palestra com Clayton Nascimento e Lázaro Ramos, que discutiram literatura de forma geral e as adaptações para o audiovisual. Eles compartilharam suas experiências e perspectivas sobre o tema. Clayton Nascimento comentou, “Há muitos livros que me marcaram profundamente e que eu adoraria ver adaptados para o audiovisual. Acredito que a transição de uma obra literária para um filme ou série pode trazer uma nova vida à história, alcançando um público maior e explorando novas dimensões visuais e emocionais”. Lázaro Ramos também expressou o desejo de ver mais obras literárias sendo adaptadas “Há vários livros que sempre quis adaptar para o cinema ou uma série. Transformar uma obra literária em audiovisual é um desafio, mas também uma oportunidade de dar nova vida a histórias que merecem ser vistas por um público mais amplo”, expõe Lázaro.
Mario Freire – 1º Período.






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