Visitantes têm a oportunidade de interagir com projetos dinâmicos e interativos
O Píer Mauá, no Rio de Janeiro, deu espaço para a 5° edição do LER, Festival do Leitor, com inovação e cultura que não uniu apenas oficinas, palestras, vendas de livros, mas também proporcionar experiências que enriquecem a todos que frequentaram. Voltado para um público diversificado, que inclui desde alunos do ensino fundamental até o ensino médio, professores, artistas, o evento se destacou como um espaço para aqueles que valorizam o aprendizado e a interação.
Durante o evento, o Espaço Maker proporcionou um ambiente com iniciativas criativas e tecnológicas, garantindo com que todos os visitantes do estande tivessem experiências com criatividade e novas oportunidades de aprendizado na prática. Sendo assim, puderam explorar, criar e terem trocas sobre nas oficinas diretamente com os profissionais que montaram os projetos. Além disso, o estande contou com a presença de diversos profissionais, todos especialistas em assuntos da atualidade, com o objetivo de promover um futuro mais democrático.
A palestra intitulada ‘Era Uma Vez com Chat GPT: Introdução ao Storytelling Criativo’, foi ministrada pela professora de audiovisual e mídias digitais da Universidade Veiga de Almeida, Mônica Miranda. Ela apresentou técnicas de storytelling, enfatizando a importância de conectar pessoas por meio de histórias, destacando o papel do Chat GPT apenas como uma ferramenta para organizar ideias e iniciar o processo criativo. Tendo em vista, que ele é utilizado muitas vezes como uma espécie de copia e cola no processo da criação. Na prática que realizou com os participantes da palestra, ela apresenta como aliar criatividade e tecnologia, permitindo com que todos vivenciassem a criação escrita junto com a inteligência artificial
A professora explicou ainda a importância de não permitir que a IA assuma total controle no processo criativo e o cuidado necessário para preservação da identidade na história. “A inteligência artificial vem como uma grande aliada nossa. Você tem que se sobrepor à inteligência artificial e não deixar que ela assuma o comando. Quando eu peço uma sinopse pro Chat GPT de uma história, ele vai me dar um pontapé inicial e naquele momento em que eu não estou com muita criatividade, ele me dê uma noção de uma história. Agora, eu tenho que pegar essa história e não simplesmente copiar e colar. Eu tenho que acrescentar elementos à história, porque aí ela vai ter a minha cara’’ acrescenta Mônica.
A palestra sobre “Inteligência artificial na educação” foi abordada pelo professor Cadu Ribeiro, incentivando os professores a utilizarem ferramentas que promovam o aprendizado ativo dos alunos, transformando a IA em uma aliada nos estudos. Destacou também o papel crucial do professor na integração da IA na sala de aula e a necessidade de adaptação às mudanças tanto no plano de ensino quanto na metodologia pedagógica. Nesse sentido, o professor reforçou o fato de que alunos devem possuir uma base teórica sólida e estruturada antes de fazerem o uso da inteligência artificial.
O projeto “Meninas nas Exatas” apresentou diversas atividades científicas, incluindo experimentos com nanotecnologia utilizando nanopartículas, jogos que destacam mulheres importantes na ciência e experimentos envolvendo plantas hidrofóbicas e hidrofílicas. Sob a orientação do professor de Física Adriano Profeta e Diretoria da Doutora em Física Mônica Dahmouche, essas iniciativas foram exibidas aos visitantes do espaço tendo como objetivo atrair sua atenção para as meninas, onde as áreas tradicionalmente são dominadas por homens. Alunas do Ensino Médio foram responsáveis pela apresentação dos projetos. A estudante Laura Teles nos conta como se tornou voluntária. “Eu me interessei pelo projeto porque sempre tive facilidade nessa área. Queria muito aprender algo novo, então me voluntariei e estou há três anos nele. O projeto não se limita às quatro paredes da escola ele está ocupando um espaço com inovação e criando oportunidades para meninas.” disse Laura. Os orientadores ressaltaram que o projeto é parte de uma iniciativa maior em colaboração com a UFRJ, CNPq e o Museu Ciência e Vida, cujo objetivo de promover a inserção das participantes nas universidades e no mercado de trabalho, destacando sua participação em eventos relevantes para essa formação.

A curadora do Espaço Maker, no Festival do Leitor, a Professora Viviane Japiassú destacou a importância de integrar tecnologia, ciência e educação em um evento de literatura, ressaltando que tal evento vai além dos livros e se torna uma experiência viva. “Como curadora do espaço, eu busquei fazer a conexão para a gente se divertir e proporcionar a todas as idades essa diversão com o aprendizado, tudo junto e misturado. E o que a gente percebe é que o impacto é muito significativo em termos de despertar novos olhares”. A oficina “Dominó Gramatical”, apresentada pelos estudantes de Letras da Universidade Veiga de Almeida, Tuan Leiras e Ingrid Pamella, é um jogo onde é explorado a combinação das classes gramaticais das palavras por meio de um jogo interativo, no qual os participantes precisavam formar frases que fazem sentido gramaticalmente, utilizando diversas palavras e pontuações disponíveis.

Maria Luiza Morais, estudante do segundo ano de automação industrial no CEFET Maria da Graça, apresentou o projeto “Mulheres Negras Fazendo Ciência”, criado para incentivar meninas e mulheres a ingressarem nas áreas de ciências, como engenharia e ciências da computação. “O projeto surgiu com o intuito de motivar meninas e mulheres para que elas possam entrar no mercado de trabalho na área das ciências”, explicou Maria Luiza. A iniciativa surgiu em resposta a uma pesquisa de 2019 que analisou a representação de gênero e raça nas turmas dessas disciplinas, revelando a baixa presença de mulheres negras. “Nós oferecemos oficinas de robótica, cine debate, cursos de marketing digital, e também o jogo da memória, onde relacionamos cientistas às suas histórias” O projeto também promove a divulgação de cientistas negras por meio de calendários customizados e uma equipe dedicada às mídias sociais, visando aumentar a visibilidade e presença dessas mulheres no mercado de trabalho. “Nosso Instagram é @mulheresnegrasfazendociencia, onde compartilhamos nossas atividades e histórias”, acrescentou Maria Luiza.
O projeto “Meninas Olímpicas do IMPA”, uma iniciativa que promove a participação feminina nas ciências exatas, com ênfase em matemática e robótica, abordando também questões éticas e raciais. “Nosso projeto é o Meninas Olímpicas do IMPA. O objetivo dele é incentivar a participação feminina nas ciências exatas como um todo,” explicou Rodolfo de Araújo, um dos coordenadores. Dentro do projeto, o subgrupo Qermat desenvolveu a construção das bonequinhas Abayomi, visando promover representatividade. “Desenvolvemos esse projeto para construir as bonequinhas Abayomi, um projeto de uma brasileira, para termos representatividade nas bonecas”, disse ele. As bonecas são feitas com retalhos planejados matematicamente para otimizar o uso de tecido e são projetadas sem rosto, permitindo que qualquer criança possa se identificar com elas. Por meio desse projeto, busca-se enfrentar a escassez de bonecas pretas no mercado, promovendo uma inclusão significativa e essencial na educação e no desenvolvimento de identidade das meninas, além de estimular o aprendizado matemático e robótico no contexto atual.

O projeto “Imersão”, presente no espaço, é uma parceria entre a Universidade Veiga de Almeida e a Prolagos, focada no monitoramento ambiental na região dos lagos. “Dentro do projeto Imersão, a gente faz monitoramento da qualidade da água, dos corpos hídricos da Região dos Lagos,” explicou João Vitor, engenheiro ambiental e integrante do projeto. No festival, João Vitor estava com um microscópio, mostrando os microplásticos, que são o foco principal do projeto apresentado. “O ser humano tem produzido cada vez mais plástico e consumido sem reutilização adequada, o que leva à poluição ambiental e afeta tanto animais quanto seres humanos,” explicou ele. “É muito importante a gente trocar a ideia com os jovens para que eles possam também levar para os mais velhos novos hábitos,” enfatizou, destacando a necessidade de consumir produtos biodegradáveis e com viés mais sustentável.
Mario Freire – 1º Período.
Giulia Karol Nascimento – 3º Período















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