Rio de Janeiro recebe um dos maiores eventos de jornalismo, com especialistas de todo o mundo discutindo avanços tecnológicos e desafios na progressão do jornalismo mundial.
O Festival 3i de Jornalismo reuniu renomados profissionais da área para discutir tendências e questões sociais atuais. O evento que sempre destaca a inovação e a inspiração, promove um espaço de debate sobre práticas responsáveis e o futuro do jornalismo independente. Realizado pela Ajor, Associação de Jornalismo Digital, os dois primeiros dias ocorreram na Casa Firjan, localizada em Botafogo no Rio de Janeiro, as oficinas e palestras geraram, aos que estavam no local, trocarem experiências e ideias, visando a um mercado jornalístico sustentável.
Um dos temas abordados foi sobre a remuneração do jornalismo pelas Big Techs. Experiências internacionais trouxeram perspectivas valiosas sobre a remuneração e práticas jornalísticas ao redor do mundo, e como podem influenciar a remuneração dos jornalistas no Brasil, no contexto das grandes empresas de tecnologia como a Meta e o Google. Foi discutido como diferentes países abordam e compreendem o financiamento oferecido. O objetivo foi trocar práticas e modelos bem-sucedidos para encontrar soluções sustentáveis para a remuneração no jornalismo no Brasil.
Outro tema de grande importância foi o impacto da desinformação em desastres socioambientais, como o ocorrido no Rio Grande do Sul, destacando a necessidade da saúde mental dos jornalistas em meio às tragédias, pontuando o perigo das Fakenews, muitas vezes os agentes são os políticos.

Auditório da Casa FIRJAN, durante palestra sobre os desastres socioambientais
Durante o Festival 3i de Jornalismo, um dos momentos mais marcantes foi a discussão sobre políticas públicas de fomento ao jornalismo de interesse público, incluindo a participação de especialistas internacionais como Laura Becana Ball. “É crucial levar em conta o contexto e conhecer os principais interessados, além de entender quais instituições já existem e podem ser adaptadas para implementar essas políticas”, destaca Ball. A presença de Laura, e de outros especialistas, sublinhou a importância do debate globalizado e do engajamento da sociedade civil desde as fases iniciais de formulação de políticas, destacando-se como um passo crucial para o futuro do jornalismo no país.
Ao decorrer do festival, jornalistas independentes compartilharam insights valiosos por meio de cases que abordavam diversas facetas do jornalismo contemporâneo. “Varadouro: A Reinvenção do Jornal”, apresentado por Fábio Pontes, destacou estratégias inovadoras para revitalizar o papel do jornalismo em comunidades locais. Thaís Seganfredo trouxe à tona uma discussão essencial sobre como utilizar a Lei Rouanet para financiar projetos jornalísticos, explorando novas fontes de sustentabilidade. Sanara Santos discutiu a interseção entre jornalismo, território e desinformação climática, enquanto Anderson Meneses provocou reflexões sobre os desafios enfrentados por jornalistas independentes em um ambiente cada vez mais digitalizado e incerto. Esses cases não apenas demonstraram a diversidade de abordagens no jornalismo contemporâneo, mas também ressaltaram a criatividade e a resiliência necessárias para inovar no campo jornalístico atual.
Camila Figueiredo apresentou o case “Falando por e para a Comunidade LGBTQIA+”, focado em promover uma cobertura inclusiva e representativa das questões enfrentadas pela comunidade. Em sua apresentação, Camila destacou os desafios de coletar dados precisos e relevantes, especialmente no contexto de legislações e políticas públicas que afetam diretamente essa comunidade. “A dificuldade em encontrar dados oficiais e unificados sobre a população LGBTQIA + muitas vezes nos leva a vasculhar diversas fontes e adaptar metodologias para garantir que nosso jornalismo seja informativo e impactante”, compartilhou Camila durante o evento. Sua iniciativa não só enfatizou a importância da visibilidade e da voz para minorias, mas também inspirou discussões sobre a necessidade de uma cobertura jornalística mais inclusiva e engajada com as comunidades que representa.
Outro aspecto importante que foi muito presente durante o evento foi a inclusão para PCD. Antes do começo de cada palestra, os palestrantes efetuaram uma audiodescrição para deficientes visuais, além de intérpretes de libras em todas as palestras. As instalações da Casa FIRJAN, que sediou o primeiro e segundo dia do evento, conta com elevadores para o acesso dos andares superiores, permitindo que portadores de deficiências físicas e cadeirantes possam usufruir das instalações sem dificuldades.
Mario Freire – 1º Período.
Giulia Karol Nascimento – 3º Período















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